sexta-feira, 29 de abril de 2011

Tô indo e me aproximando

"Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém. Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o 'bom' que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queria viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. Tô feliz, to despreocupado, com a vida eu to de bem."    
( Caio Fernando Abreu )


terça-feira, 19 de abril de 2011

Um pedaço de um Azul claro

"Tanto sangue dentro do meu derramado coração, era assim? Talvez fosse, mas não se trata disso. Lamúria insuportável, o corpo, esse que se arrasta com suas carências. Não precisa pressa, calma lá. A porteira está fechada para quem quiser passar, era isso? Já te disse que não responderei. Quero saber, e depois? Passaram- se meses, ele voltou. Foi longo, Doía. Continua doendo. Ainda não acabou. Passa, passará. Às vezes ficávamos deitados na minha cama enquanto eu tentava decifrar o seu destino. Marte, Ossanha gostava das folhas, das pedras. De peixes também. Ele me ensinou que as pedras eram vivas. Desde então eu as mantenho em copos cheios d'água, para que cresçam. São muitas. Agora espero outro. Que como ele, não será mais que Uma Nova Metáfora do Encontro. Por enquanto espio as pombas nas cumeeiras. Quando não há música, canto. Quando paro de cantar, como maçãs. Os talos estão jogados pelo quarto, entre os lençóis. Apodrecem como meus sentimentos, jogados na Via Láctea. Esfrego a lâmpada, mas o gênio se foi..."
( Decadeadro - Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Menina do mar

É tão estranho essa impressão fisíca de não poder te levar comigo, de não poder te botar no meu bolso e   e só e somente só, poder te ver. Que loucura é essa que percorre o meu corpo e me deixa muda? Me deixa sem ar, imóvel,  tetraplégica ao ver o radiar da tua luz.
Não sei se fico aqui te olhando ou se deixo me tomar inteira por você. Não sei se é melhor morrer te olhando brilhar ou se me jogo em ti e morro afolgada dentro dos meus sentimentos de você... Talvez seja melhor continua na minha vida inérte. Ir na varanda dos meus sonhos, sempre que eu quiser ir te olhar, me banhar um pouco no teu frescor e percorrer todas as ondas de ti.
Não! Talvez eu tenha que aprender a viver, e aceitar que o mar não pode se apaixonar por uma menina, por mais que ela tenha o riso solto e a ingênuidade em cada gesto. Por mais que ela seja o que ela quer ser, perto do mar, ela transborda o seu interior mais verdadeiro, o seu sorriso mais bonito e seu olhar mais sincero... Não!
'O mar não pode se apixonar por essa menina. 
Ele ja tem o horizonte 
E afinal, a menina é so uma menina 
Que resolveu se entregar, 
Mesmo sem querer, 
Á aquilo que seus olhos não pode enchegar
Onde se finda.
Mais que possui todos os tons de azul... 
A sua cor preferida.'